Zelar pelo próximo é papel de
quem atua como cuidador social

“Cuidar é perceber a outra pessoa como ela é, como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação.” É dessa forma que o Ministério da Saúde define a pessoa que atua como cuidador social.
A profissão, que ganhou maior visibilidade após a pandemia de Covid-19, motivando a formação da Aliança Global de Cuidado, a partir do Fórum Geração Igualdade, realizado em 2021 pela ONU Mulheres, celebrou em 30 de março
o Dia Nacional do Cuidador Social.
No Centro Espírita Amor e Caridade, o cuidador social tem papel fundamental na atenção aos mais variados tipos de público, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer das pessoas assistidas. É no Albergue Noturno – Casa de Passagem, que um time de sete profissionais atua como cuidadores
sociais. Trabalhar em equipe, aliás, é um dos atributos para quem está nessa função, que exige, ainda, autocontrole, capacidade de negociação, exercício da escuta ativa, respeito às diferenças, criatividade, coragem, persistência,
entusiasmo e domínio de noções primárias de saúde.
“Para que o profissional tenha um bom desempenho como cuidador social é essencial cuidar primeiro de si mesmo, zelando por sua aparência e higiene pessoal, demonstrar educação e boas maneiras”, explica a assistente social Francine Tamos, coordenadora social do Albergue.

Desafios
O trabalho de cuidador social envolve muitos desafios, uma vez que, sob sua responsabilidade, estão pessoas que vivem carências sociais, afetivas e de saúde. Daí, salienta Francine, a importância desse profissional respeitar a
privacidade de quem está sendo cuidado, demonstrando sensibilidade e paciência.
“É fundamental saber ouvir, perceber e suprir carências afetivas, manter a calma em situações críticas e vexatórias, demonstrar discrição e, em situações especiais, superar seus limites físicos e emocionais”, complementa a
assistente social.
Ao exercitar essas habilidades e competências em um ambiente organizado, com propósitos claros e norteados por princípios de auxílio ao próximo, o cuidador social tem a possibilidade de fazer a diferença positiva na vida de muitas pessoas.
“Acredito que possamos fazer total diferença em termos de relacionamento, socialização, tratamento de vício, etc. em
diversos âmbitos da vida do usuário”, aponta Marcos Moraes da Silva, cuidador social do Albergue.
Isso é possível, afirma a colega Sueli Pereira Quirino, por meio de uma atuação que promova apoio e acolhimento. “Buscamos sempre agregar algo de bom na vida dos usuários, incentivando, encorajando, e fazendo tudo que esteja ao nosso alcance para que eles queiram sempre melhorar.”.

Escuta ativa é um dos requisitos profissionais

Para que possam exercer a atividade do cuidado, os cuidadores sociais precisam exercitar a sensibilidade e a escuta ativa, dosando-as com habilidades técnicas.
“Na maioria das vezes, não sabemos a fundo sobre os problemas que um usuário possui. Em outros casos, a pessoa pode estar fragilizada. Por isso, temos cuidado com o que vamos falar, por entender que qualquer aconselhamento
errado pode levar a algo mais sério”, explica Regis Nunes Fernandes, cuidador no Albergue Noturno – Casa de Passagem. A esse respeito, complementa o cuidador social Caio Henrique Muniz, também atuante no Albergue, é
fundamental não perder a sensibilidade com o usuário.
“Devemos ser pacientes e entender que cada um é um, atendendo a individualidade dos usuários.” Essa habilidade, diz Lucas Gimenes de Oliveira, permite evitar pré-julgamentos. “E isso se torna ainda mais desafiador quando cuidamos de pessoas com problemas mentais, daí a importância de saber como realizar o manuseio das palavras e gestos”, complementa o cuidador social.
Para a colega Karina Carvalho da Silva Souza, a função exige pro atividade e dinamismo . “Precisamos conseguir nos
reinventar e estar preparados para mudanças, pois nosso público muda diariamente”, afirma.

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